Sócia de restaurante africano faz apelo após perder mercadorias e ficar sem energia na Zona Sul de SP por dois dias: ‘Estou exausta’
Sócia de restaurante africano faz apelo após perder mercadorias e ficar sem energia A sócia do restaurante de culinária africana Manden Baobá, que fica na ...
Sócia de restaurante africano faz apelo após perder mercadorias e ficar sem energia A sócia do restaurante de culinária africana Manden Baobá, que fica na Zona Sul da capital paulista, fez um apelo nas redes sociais após perder mercadorias e clientes devido à falta de energia por mais de 24 horas. Até 14h59 desta quinta-feira (11), 1.258.755 de clientes da Enel estavam sem energia na capital e região metropolitana depois de fortes rajadas de vento nesta quinta-feira (11). Na capital, eram 865.870. A empresa informou que não há prazo para restabelecer a operação, que afeta serviços essenciais, como semáforos, abastecimento de água e mobilidade urbana. No vídeo, Laila Santos, de 30 anos, se emociona ao dizer que está sofrendo prejuízos desde quarta (10), quando acabou a energia (veja acima). "Tem luz na esquina, mas para cá, não. Eu peço encarecidamente que a gente consiga compartilhar esse vídeo para que chegue às autoridades e que a gente consiga resolver isso o mais rápido possível, porque a conta de luz já chegou, mas a energia, nada. E aí, Enel?", desabafou. Ao g1, ela relatou que chegou a perder uma reserva grande feita para a confraternização de uma ONG. "Não estou conseguindo abrir o restaurante. Perdemos clientes, essa reserva grande. Abri oito chamados na Enel e nada de ver caminhão da empresa pelo bairro. Somos em quatro pessoas aqui e não conseguimos abrir", disse. "Nós somos um negócio pequeno e fazemos um trabalho árduo, com muita dedicação todos os dias. Nessa falta de previsão da Enel [para a normalização], perdemos mercadoria, clientes que não entenderam bem a situação e estamos sendo muito lesados. Não há resposta nem previsão", complementou. O restaurante fica na Vila Mariana e pela região é possível ver vários comércios fechados devido à falta de energia. Na Rua Luís Gois, na altura da Vila Clementino, o g1 constatou estarem de portas fechadas restaurantes, lavanderias, salões de beleza e até farmácias. Os que estavam funcionando usavam geradores. Sócia de restaurante fala sobre prejuízos com falta de energia Reprodução/Instagram Segundo um levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), comércio e serviços já perderam ao menos R$ 1,54 bilhão em faturamento entre a quarta (11) e a quinta (12) na cidade de São Paulo, devido à falta de eletricidade. O prejuízo é maior para o setor de serviços, que deixou de faturar pouco mais de R$ 1 bilhão nesse período, enquanto o comércio perdeu R$ 511 milhões. LEIA TAMBÉM: Após ventania, Grande SP segue com quase 1,5 milhão de imóveis sem luz Enel não dá prazo para restabelecer energia em SP Enel SP tem mais de 1 mil ocorrências com interrupção de energia elétrica por dia Na análise da FecomercioSP, os impactos negativos da falta de energia devem ser ainda maiores, já que não entraram na conta todos os prejuízos causados, por exemplo, pelas perdas de estoques. Esta não é a primeira vez que isso acontece. Em outubro de 2024, diversas regiões da cidade de São Paulo ficaram cinco dias sem energia. Na época, as perdas no varejo e serviço chegaram a quase R$ 2 bilhões. Moradores de um prédio que fica na Rua Ferreira de Araújo, Pinheiros, também reclamam que estão há 28 horas sem energia elétrica. Com 24 andares e 4 subsolos, os mais idosos estão indo para casa de familiares que tenha água e energia. Equipes da Prefeitura retiram galhos e o tronco de uma árvore de grande porte caiu na Rua Diogo Jacome, no bairro de Vila Nova Conceição, na zona sul da São Paulo, atingindo e danificando a rede elétrica. MARCO AMBROSIO/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Voos atrasados O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e o Aeroporto de Congonhas, na capital, já somam 408 voos cancelados entre quarta-feira (10) e a manhã desta quinta-feira (11), após vendaval histórico. Só nesta quinta, foram cem voos nesta situação. Em Guarulhos, pelo menos 15 partidas e 39 chegadas foram canceladas nesta quinta. Em Congonhas, havia 31 chegadas e 15 partidas canceladas nesta manhã. Os terminais amanheceram caóticos, com filas intermináveis nos balcões das companhias aéreas e passageiros dormindo nos bancos — sem saber para onde ir. Os reflexos também são sentidos nos aeroportos do Rio de Janeiro e de Brasília. Aeroporto Internacional de Guarulhos tem voos cancelados e operação afetada devido aos efeitos do ciclone extratropical, nesta quinta feira (11). Na foto fila de passageiros aguardando. Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo