Vendaval em SP: Tarcísio diz que 'preocupa a velocidade de restabelecimento' da energia e critica prorrogação de contrato com a Enel
Ventania em SP: Tarcísio diz que 'preocupa a velocidade de restabelecimento' da energia e O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afir...
Ventania em SP: Tarcísio diz que 'preocupa a velocidade de restabelecimento' da energia e O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira (11) que a lentidão no restabelecimento de energia na Grande São Paulo após a ventania que atingiu a região é preocupante e voltou a criticar a possibilidade de prorrogação do contrato da Enel com o governo federal. Mais de 1,5 milhão de imóveis amanheceram sem luz na área de concessão da empresa. Só na capital, o número passou de 1 milhão. As rajadas de vento chegaram a 98,1 km/h na quarta-feira (10), derrubaram árvores, destelharam imóveis, provocaram o cancelamento de voos e interromperam o fornecimento de luz em diversos bairros. Até a última atualização desta reportagem, a Enel São Paulo não informou um prazo para normalizar o serviço. Ao comentar o impacto da ventania, Tarcísio disse que o problema principal é a baixa velocidade na recomposição da energia — e atribuiu parte das falhas à estrutura da própria distribuidora. "Você vê que plano de contingência às vezes não funciona. Ontem [terça-feira] começou a ventar de manhã, ventou até o início da noite, com rajadas de quase 100 km/h. [Houve] muito transtorno, queda de árvore, e a velocidade de restabelecimento se dá muito de acordo com automação e investimento”, afirmou. Ao comentar o impacto da ventania, Tarcísio disse que o problema principal é a baixa velocidade na recomposição da energia — e atribuiu parte das falhas à estrutura da própria distribuidora. Reprodução Segundo o governador, a Enel chegou a mobilizar 1.600 equipes de campo, mas ainda assim o tempo de resposta é considerado insuficiente para o porte da região metropolitana. Ele lembrou que, no pico da ventania, 2,2 milhões de clientes chegaram a ficar sem energia. Na manhã desta quinta, ainda havia 1,4 milhão de unidades desligadas, de acordo com informações repassadas ao governo do estado. O impasse entre Enel, governo federal, governo de São Paulo e Prefeitura de São Paulo gira em torno da renovação do contrato da distribuidora, que vence em 2028. A Enel quer prorrogar o acordo por mais 30 anos e aguarda a decisão do governo federal, responsável pela regulação e fiscalização do setor. Enquanto isso, o governo paulista e a prefeitura são contrários à renovação e apontam falta de investimentos, falhas recorrentes e lentidão no restabelecimento da energia durante eventos climáticos. Na quarta, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou um ofício à Enel exigindo explicações sobre o desempenho da concessionária na recomposição da energia elétrica após o ciclone extratropical que atingiu a capital paulista e a região metropolitana. Centenas de voos são cancelados nos aeroportos de SP após vendaval Críticas à prorrogação do contrato O governador voltou a se posicionar contra a prorrogação antecipada do contrato da Enel, regulado pelo governo federal, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério de Minas e Energia (MME). Para ele, o modelo atual não estimula investimentos suficientes na rede. “É muito difícil para nós fazermos algo além do que já estamos alertando há muito tempo. É um contrato muito antigo, com facilidade para alcançar determinados indicadores, e que precisa de muito investimento para tornar a rede mais automatizada”, disse. Tarcísio afirmou que o estado já havia sugerido ao governo federal medidas como intervenção, abertura de processo de caducidade ou outras ações regulatórias para garantir que a concessionária invista mais em automação, tecnologia e capacidade operacional. O governador reforçou ainda que, na visão dele, a área de concessão da Enel é grande demais para uma única operadora. Segundo ele, o contrato merecia ser "quebrado em dois", para que pudesse ter mais facilidade de realização de investimentos, com mais potência em tecnologia e equipes. Segundo ele, por isso o governo paulista critica as iniciativas de prorrogar o contrato sem antes revisar o modelo. “Todo ano agora tem grande evento climático com ventos muito fortes. Precisamos modernizar a rede porque isso será cada vez mais comum.” Cenário pós-ventania A ventania da quarta deixou um rastro de destruição e afetou diversas áreas das cidades da região metropolitana. De acordo com meteorologistas, a longa duração do fenômeno climático surpreende especialistas e não tem precedentes na capital paulista. Em ocasiões anteriores, a cidade enfrentava temporais, mas desta vez o céu permaneceu firme, o que aumenta o caráter incomum do evento. 🚱 Abastecimento de água A falta de energia está afetando o abastecimento de água na capital e na Grande São Paulo. Sem eletricidade, as bombas não funcionam adequadamente, e a água não chega até as residências. A Sabesp disse que, na cidade de São Paulo, seguem afetadas as seguintes regiões: Americanópolis, Cangaíba, Parelheiros, Parque do Carmo, Parque Savoy, Sacomã, Vila Clara, Vila Formosa e Vila Romana. Na Grande São Paulo, seguem impactadas totalmente as cidades de Itapecerica da Serra, Guarulhos, Cajamar, Mauá e Santa Isabel. 🚦 Semáforos apagados Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), quase 300 semáforos continuam apagados por falta de energia: 260 afetados pela falta de eletricidade, sendo a maioria no Centro; Além de 28 apagados por falhas e alguns em amarelo piscante. Isso acontece em razão das quedas de árvores, que arrancam as fiações dos postes. 🌳 Queda de árvores Desde quarta, houve ao menos 231 quedas de árvores na cidade de São Paulo. Segundo a prefeitura, 182 atendimentos haviam sido finalizados até a noite de quarta. As equipes da prefeitura aguardam apoio da Enel em 40 ocorrências. 🛬 Voos cancelados O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e o Aeroporto de Congonhas, na capital, já soma 344 voos cancelados entre quarta-feira (10) e a manhã desta quinta-feira (11), após vendaval histórico. Só nesta quinta, foram 100 voos nesta situação. Em Guarulhos, pelo menos 15 partidas e 39 chegadas foram canceladas nesta quinta. Em Congonhas, havia 31 chegadas e 15 partidas canceladas nesta manhã. Os terminais amanheceram caóticos, com filas intermináveis nos balcões das companhias aéreas e passageiros dormindo nos bancos — sem saber para onde ir. Os reflexos também são sentidos nos aeroportos do Rio de Janeiro e de Brasília. Ventania provoca cancelamentos e atrasos de voos pelo Brasil pelo 2º dia consecutivo; veja aeroportos afetados Voos cancelados ou atrasados após ventania: saiba quais são os direitos dos passageiros 🛝 Parques fechados Os parques Ibirapuera, Horto Florestal, Parque Estadual Cantareira, Eucaliptos, Jacintho Alberto, Jardim Felicidade, Tenente Faria Lima e Lajeado seguem fechados na manhã desta quinta. Segundo a Urbia, a previsão de reabertura é no período da tarde, caso o cenário esteja estável. LEIA TAMBÉM: Vendaval histórico em SP se prolonga por mais de 12 horas; rajada chega a 98,1 km/h Após ventania, Grande SP amanhece com mais de 1,5 milhão de imóveis sem luz Aeroporto Internacional de Guarulhos tem voos cancelados e operação afetada devido aos efeitos do ciclone extratropical, nesta quinta feira (11). Na foto fila de passageiros aguardando. Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo 🏪 Prejuízo no comércio Comércio e serviços já perderam ao menos R$ 1,54 bilhão em faturamento entre a quarta-feira (11) e a quinta (12) na cidade de São Paulo por causa da falta de eletricidade, segundo levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O prejuízo é maior para os serviços, que deixaram de faturar pouco mais de R$ 1 bilhão nesse período, enquanto o comércio perdeu R$ 511 milhões. Aeroporto Internacional de Guarulhos tem voos cancelados e operação afetada devido aos efeitos do ciclone extratropical, nesta quinta feira (11) Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo Árvore cai na avenida Fábio Prado, na Chácara Klabin, e atinge um carro. Arquivo pessoal